"Ser Catequista é entregar-se totalmente a Deus como instrumento de serviço na evangelização."

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Catequese - Liturgia


Encontrei um ótimo artigo que partilho com vocês.

"Aquilo que não é celebrado não pode ser aprendido em sua profundidade e em seu significado para a vida. A catequese leva em conta essa expressão de fé pelo rito para desenvolver também uma verdadeira educação para a ritualidade e o simbolismo."


(DNC 116) 

"A liturgia é fonte inesgotável da catequese" e "lugar privilegiado da educação da fé", pois reúne e integra à centralidade do mistério pascal a vida na sua amplitude, na qual a experiência pascal é vivida no cotidiano de uma forma humano - divina. 

Há, portanto, uma sintonia entre a fé, a celebração e a vida. O mistério de Cristo anunciado na catequese, isto é,o SABER catequético, é assimilado e saboreado, através da ritualidade, do simbolismo,do ritmo que a liturgia imprime pelo seu caráter mistagógico*. Portanto, o SABER, é capaz de oferecer os elementos necessários para a compreensão daquilo que celebramos ao dar - lhe sentido e significado. Infelizmente, ainda, o SABER prevalece. Há muita preocupação com a transmissão de conteúdo e não se enfatiza a dimensão celebrativa - litúrgica que corresponde ao SABOR. 

A liturgia tem mais a ver com SABOR, quanto menos explicações e comentários, melhor, pois o canal de comunicação é a linguagem simbólica, ritual, sonora, gestual. É a experiência do mergulho da inteireza do ser no mistério celebrado. 

Ainda há muito que caminhar em vista da unidade entre catequese, como educação da fé, e liturgia, como celebração da fé: duas faces de uma mesma realidade, ambas importantes e que expressam a identidade do ser cristão, porque possibilitam a experiência com a pessoa de Jesus Cristo. Ambas, catequese e liturgia, integram os elementos essenciais da Iniciação Cristã: a experiência com a Palavra, com os sacramentos e com a comunidade,o que confere à catequese um caráter iniciático e mistagógico. O Documento de Aparecida n.12 diz que "não se começa a ser cristão por uma decisão ética ou uma grande ideia, mas pelo encontro com um acontecimento, com uma pessoa, que dá um novo horizonte à vida e,com isso,uma orientação decisiva". Isso vem confirmar a necessidade de uma catequese mistagógica, que introduz ao mistério e com isso a exigência de catequista - mistagogo, capaz de iniciar as pessoas num itinerário de educação da fé marcado pela experiência, pela conversão e adesão a Jesus Cristo. Itinerário que tem a sua culminância com a celebração dos sacramentos, porém, como finalidade a configuração da identidade cristã, a formação de discípulos missionários.

Novos caminhos da Iniciação Cristã

Partilho com vocês um material do Padre Antonio Francisco Lelo falando sobre o Querigma.
Muitos dominam bem o assunto, mas confesso que não estou entre eles. Estou buscando. Buscando muito. Quero ler tudo sobre o que diz respeito à catequese de iniciação a vida crista, querigma, catequese mistagógica, e todos os demais termos que até bem pouco tempo ainda não havia ouvido falar, em fim, tudo que possa ajudar em minha formação como catequista.
Sabe quando ficamos obcecados por um determinado assunto?
É exatamente assim que estou. Quero saber, conhecer, entender. Leio tudo que encontro sobre o assunto. Mas o que posso perceber é que quanto mais leio, mais busco informações, mais dúvidas vão surgindo. Daí a importância de participarmos de formações.
Querido catequista, se você for convidado a participar de um encontro de formação, vá e aproveite ao máximo. Pois você estará tendo uma oportunidade que muitos gostariam de ter. Mas não se contente apenas com uma formação. Faça várias. Todas possíveis. E muita leitura. Leiam, pesquise, anotem o que tiver dúvidas e busque respostas. Se todos os catequistas fizerem isso, a catequese estará dando um grande passo na evangelização.

Aproveitem e boa leitura! Silvanety


QUERIGMA

O primeiro tempo assinalado pelo RICA, chamado pré-catecumenato, trata da acolhida do candidato que se aproxima da comunidade e precisa assimilar o impacto da experiência transformante que se dá com a descoberta da fé. Este tempo é realmente inovador.

O anúncio urgente da centralidade e da experiência da fé em Jesus Cristo, o chamado querigma, deverá percorrer ao longo de toda a catequese de forma convicta e testemunhal.

O Diretório nacional de catequese estimula muito a proclamação do querigma como o anúncio central da fé em Cristo, do Reino que começa com a sua chegada, da salvação que oferece a todo aquele que crê, do destino de vida eterna e da vivência da fé como irmãos na Igreja, antecipação e realização do Reino já neste mundo.

O Documento de Aparecida aponta o querigma não somente como o tempo de uma fase, mas como o fio condutor de um processo e só a partir dele acontece a possibilidade de uma iniciação cristã verdadeira (cf. n. 278a). O catecumenato com adultos e crismal poderão ter esta fase prévia de encontro pessoal com Cristo contando com o ministério do “introdutor. Neste tempo, introdutor e catequizando refletem uma sequência de assuntos sobre a vida de fé, a imagem de Deus, as formas de oração, as motivações de fé para empreender a catequese...

Em geral, as comunidades cristãs desconhecem esta função, este ministério de Introdutor/a. Trata-se, porém, de uma pessoa quem tem uma tarefa específica no início do processo de Iniciação à Vida Cristã, isto é, a de acompanhar, durante o tempo do Pré-catecumenato, os interessados em percorrer o caminho da Iniciação. É esta pessoa que prepara o candidato para acolher na liberdade o dom da fé, o anúncio da Boa Nova e assumir o encontro pessoal com o Senhor e as condições para a conversão e a fidelidade.  Sem um Introdutor, dedicado e competente, não é possível começar o processo de Iniciação à Vida Cristã de inspiração catecumenal. É o Introdutor quem coloca as bases para o segundo tempo, o Catecumenato propriamente dito, no qual atuam os catequistas.

A prática do querigma inaugura uma vertente de renovação da iniciação. Implica uma postura missionária da comunidade em suas diversas instâncias e ministérios; impulsiona sua capacidade de anúncio missionário da fé, de acolhida das pessoas afastadas; do testemunho atraente e compreensivo e acessível da Igreja diante dos questionamentos da sociedade. A Igreja é convidada a responder não somente com doutrina, mas sim, com uma prática mais evangélica e encarnada nos vários desafios enfrentados por aquele que quer ser cristão hoje.

ITINERÁRIO DE FÉ

Estou estudando uma apostila sobre Liturgia e Catequese da Arquidiocese de Londrina. É um material muito e rico e aos poucos irei partilhando aqui neste espaço. Tenho certeza que vai ser muito útil à vocês assim como está sendo pra mim. Beijoss! Silvanety.

O processa de iniciação cristã tem a finalidade de produzir a nova identidade ou a configuração do catequizando em Cristo, já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim Gal 2,20. A iniciação cristã coloca-se como um caminho a ser percorrido quando essa identidade vai sendo alcançada paulatinamente. Se na pastoral paroquial cada sacramento (batismo de crianças, confirmação, eucaristia) for considerado isoladamente a consecução desse objetivo permanecerá cada vez mais distante.
Retomar, pastoralmente o conceito de iniciação nos devolve a consciência da unidade que há entre os processos que envolvem: adultos não batizados, adultos batizados e não evangelizados, adultos que levam suas crianças para ser batizadas, crisma de jovens e primeira comunhão de pré-adolescentes. Afinal, a vida do cristão é una no seguimento e configuração em Cristo. Todas essas etapas conjuntamente, e não cada uma isoladamente, que produzem a identidade do cristão, como ser incorporado em Cristo, templo do Espírito e com a missão de lutar pelo reino no mundo.
Essa conversão de mentalidade não se confunde com o modelo pastoral de conversão preocupado em celebrar os sacramentos às pressas. O RICA, herdeiro da reflexão do Concílio, segundo Ad gentes, nº 14, assume a iniciação como um itinerário de fé que começa no catecumenato e culmina na participação do mistério da fé celebrado nos sacramentos da vigília pascal.