"Ser Catequista é entregar-se totalmente a Deus como instrumento de serviço na evangelização."

sábado, 2 de outubro de 2010

A MISSÃO - UMA EXIGENCIA DA CATOLICIDADE DA IGREJA

 O mandato missionário. "Enviada por Deus às nações para 'o sacramento universal da salvação', a Igreja, em virtude das exigências íntimas de sua própria catolicidade e obedecendo à ordem de seu fundador, esforça-se para anunciar o Evangelho a todos os homens”: "Ide, portanto, e fazei que todos os povos se tornem discípulos, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e ensinando-os a observar tudo quanto vos ordenei. E eis que estou convosco todos dias, até a consumação dos séculos" (Mt 28,19-20).
 A origem e o escopo da missão. O mandato missionário do Senhor tem sua fonte última no amor eterno da Santíssima Trindade: "A Igreja peregrina é, por sua natureza, missionária. Pois ela se origina da missão do Filho e da missão do Espírito Santo, segundo o desígnio de Deus Pai. E o fim último da missão não é outro senão fazer os homens participarem da comunhão que existe entre o Pai e o Filho em seu Espírito de amor.
O motivo da missão. É do amor de Deus por todos os homens que a Igreja sempre tirou a obrigação e a força de seu ela missionário: "Pois o amor de Cristo nos impele... (2Cor 5,14).
Com efeito, "Deus quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade" (ITm 2,4). Deus quer a salvação de todos pelo conhecimento da verdade. A salvação está na verdade. Os que obedecem à moção do Espírito de verdade já estão no caminho da salvação; mas a Igreja, a quem esta verdade foi confiada, deve ir ao encontro de seu anseio, levando-lhes a mesma verdade. Ela tem de ser missionária porque cno projeto universal de salvação.
Os caminhos da missão. "O Espírito Santo é o protagonista toda a missão eclesial”. É ele quem conduz a Igreja pelos caminhos da missão. "Esta missão, no decurso da história, continua e desdobra a missão do próprio Cristo, enviado a evangelizar os pobres. Eis por que a Igreja, impelida pelo Espírito de Cristo, deve trilhar a mesma senda de Cristo, isto é, o caminho da pobreza, da obediência, do serviço e da imolação de si até a morte, da qual Ele saiu vencedor por sua Ressurreição”.  É assim que "o sangue dos mártires é uma semente de cristãos".

Mas em sua peregrinação "não ignora a Igreja o quanto se distanciam entre si a mensagem que ela profere e a fraqueza humana daqueles aos quais o Evangelho foi confiado". Somente avançando pelo caminho "da penitência e da renovação” e “pela porta estreita da Cruz" o Povo de Deus pode estender o Reino de Cristo. Com efeito, "assim como Cristo consumou a obra da redenção na pobreza e na perseguição, assim a Igreja é chamada a seguir o mesmo caminho, a fim de comunicar aos homens os frutos da salvação”.
Por sua própria missão, "a Igreja caminha com a humanidade inteira. Experimenta com o mundo a mesma sorte terrena; é como o fermento e a alma da sociedade humana a ser renovada em Cristo e transformada na família de Deus”. O esforço missionário exige,

pois, a paciência. Começa pelo anúncio do Evangelho aos grupos que ainda não crêem em Cristo; prossegue no estabelecimento de comunidades cristãs que sejam "sinais da presença de Deus no mundoe na fundação de Igrejas locais; encaminha um processo de inculturação para encarnar o Evangelho nas culturas dos povos; e não deixará de conhecer também fracassos. “Quanto aos homens, sociedades e povos, apenas gradualmente os atinge e penetra, e assim os assume na plenitude católica”.
A missão da Igreja exige o esforço rumo à unidade dos Cristãos. Efetivamente, "as divisões entre cristãos impedem a Igreja de realizar a plenitude da catolicidade que lhe é própria naqueles filhos que, embora lhe pertençam pelo batismo, estão separados da plena comunhão com ela. Não só isso, mas também para a própria Igreja se torna tanto mais difícil exprimir, na realidade de sua vida, a plena catolicidade sob todos 'os aspectos".
A tarefa missionária implica um diálogo respeitoso com os que ainda não aceitam o Evangelho. Os fiéis podem tirar proveito para si mesmos deste diálogo, aprendendo a conhecer melhor “tudo quanto de verdade e de graça já se achava entre as nações, numa como que secreta presença de Deus". Se anunciam a Boa Nova aos que a desconhecem, é para consolidar, completar e elevar a verdade e o bem que Deus difundiu entre os homens e os povos e para purificá-los do erro e do mal, "para a glória de Deus, a confusão  do demônio e a felicidade do homem".

Fonte: Catecismo da Igreja Católica