"Ser Catequista é entregar-se totalmente a Deus como instrumento de serviço na evangelização."

quinta-feira, 17 de junho de 2010

A VIDA DO CATEQUISTA NA VIDA DE DEUS

Pe. Almerindo Silveira Barbosa


A vida, a missão e liderança do catequista têm seu fundamento e sentido na pessoa de Jesus Cristo e por isso deve modelar-se em seu ensinamento, suas atitudes e viver em conformidade com Ele. Deve espelhar Nele e revelar a face do Mestre.

Segundo São Lucas a missão de Jesus na terra foi anunciar a Boa Nova aos pobres, sarar os contritos de coração, anunciar a redenção aos cativos, restaurar a vista, publicar o ano da graça do Senhor e fazer a vontade do Pai (Cf. Lc 4,16-19).

A missão do catequista não pode ser diferente. Deve ser o missionário que leve a Boa Nova aos “pobres”, àqueles que ainda não conhece Jesus e por Ele ainda não se apaixonou; é alguém que seja capaz de curar os corações feridos, com a mensagem de vida e de esperança; é alguém que seja capaz de fazer com que o catequizando enxergue a Jesus, Caminho, Verdade e Vida, aderindo-se a Ele.

Esse Jesus que veio anunciar o Reino do Pai aos homens era uma pessoa de fé e oração (Cf. Jo 11,32-44), de testemunho de vida (Cf. Jo 8, 1-12 e Mt 11,28-30), de honestidade e pontualidade. A oração para Jesus era o sustentáculo da vida. Era a fonte donde brotava o vigor de suas palavras e ações e a força para continuar fiel a Deus, mesmo nas mais graves provações.

O catequista é alguém que deve ter uma fé pura. Deve ser uma pessoa de oração, que seja capaz de falar e ouvir a Deus nos seus momentos de intimidade com Ele. É alguém que tenha capacidade de escutar e transmitir esperança. É alguém que, de fato, seja engajado na comunidade e que sua vida seja exemplo para todos. É alguém que leve o catequizando, mais do que aprender uma doutrina, aprenda a amar uma pessoa: JESUS CRISTO. É alguém que diante das dificuldades encontradas na vida de evangelizador encontre força na oração e tenha-a como alimento necessário para sua vida espiritual.

Jesus Caminho, Verdade e Vida têm características singulares. É alguém de uma espiritualidade prática (Cf. Mc 2,15-17). Come com os pecadores e revela para os fariseus que são os doentes que precisam de médico e não os sãos. Tem uma humildade sincera (Cf. Jo 13,1-5). Lava os pés dos discípulos, colocando-se como servidor primeiro.

Jesus é alguém de uma integridade absoluta (Cf. Mt 4,1-10). Na beira da morte é tentado, porém mantêm-se fiel ao projeto do Pai. É de uma bondade ilimitada (Cf. Jo 5,1-14). Na beira do tanque convida um homem que estava doente há 38 anos para ser curado. Ele é uma pessoa de qualidade esplêndida (Cf. Mc 7,31-37) e de uma responsabilidade completa (Cf. Jo 19,30 e Lc 9,57-58). Passou sua vida no mundo sem um lugar para reclinar a cabeça, porém não deixou de cumprir o projeto do Pai. Morre na cruz, revelando assim seu gesto extremo de amor pela humanidade.

Também o catequista é convidado a viver a espiritualidade de Jesus em sua vida, partilhando-a com os catequizandos. Deve ser alguém de humildade sincera, sendo capaz de ser aquele que com sua vida seja capaz de amar e servir. Que em seu agir, a bondade e a integridade sejam balisas para exercer a missão e sua responsabilidade de evangelizar seja íntegra. Seja capaz de “doar” a sua vida em favor da expansão do Reino de Deus, através do anúncio da Pessoa e Mensagem de Jesus Cristo.

Portanto, Jesus é o modelo de catequista. Ele vai ao encontro das pessoas. Não tem preconceitos e é sensível às angustias e sofrimento do povo. Fala de modo diferente com cada pessoa. Ele empolga, restaura e faz a pessoa perceber a vida para além da sua realidade concreta. Ele toca o coração das pessoas.

Assim também deve ser o catequista. Ser alguém capaz de não somente esperar o catequizando no salão da Igreja, mas sair ao seu encontro. Ao encontro de suas angustias e sofrimentos, percebendo cada um com sua singularidade; seu jeito e sua maneira de ser e viver, fazendo com que Jesus seja o Senhor de sua vida e de sua história. O catequista deve empolgar e restaurar a esperança no catequizando.

Amado e amada catequista esta é, portanto, nossa missão: ser outro Cristo no mundo. Para isso, precisamos deixar transparecer na nossa vida o rosto de Jesus. Devemos ser capazes de transmitir mais que uma doutrina, mas uma Pessoa que é Jesus Cristo. Devemos fazer com que o catequizando por Ele se apaixone e O tenha como razão de vida, sua fé e sua esperança.


  • Pe. Almerindo é Vigário Paroquial na Paróquia Nossa Senhora do Carmo em Arcos e Assessor da Catequese Diocesana.

  • Nenhum comentário: