"Ser Catequista é entregar-se totalmente a Deus como instrumento de serviço na evangelização."

quinta-feira, 14 de abril de 2011

A Redenção de Jesus Cristo

Outro dia estávamos fazendo nossa oração em família e estávamos meditando a Palavra do Senhor quando meu filho de nove anos, o João Nazareno me fez a seguinte pergunta: "Mãe, se Jesus não tivesse morrido na Cruz, todos nós iríamos para o inferno?"  Na hora eu levei um susto com a pergunta dele e depois  o pai e eu tentamos explicar um pouco sobre a Redenção de Jesus.
 Depois fiquei pensando que essa talvez seja uma dúvida de muitas crianças que estão na catequese. E que nós temos que estar preparados para responder. 


Disponibilizo abaixo um ótimo material que encontrei no site: http://www.comshalom.org, onde fala sobre esse assunto 
Boa leitura! Abraço Silvanety



Introdução 

Toda a vida de Cristo é mistério de Redenção.

A Redenção nos vem antes de tudo pelo sangue da Cruz, 
mas este mistério está em ação em toda a vida de Cristo: 
já na sua Encarnação, pela qual, fazendo-se pobre,
 nos enriqueceu pela sua pobreza; na sua vida oculta, 
que, pela sua submissão, serve de reparação para a nossa insubmissão;
 na sua palavra que purifica seus ouvintes; 
nas suas curas e seus exorcismos, pelos quais "levou as nossas
 fraquezas e carregou as nossas doenças"(Mt 8,17); na sua Ressurreição,
 pela qual nos justifica. 

Redenção é a recuperação de um objeto precioso mediante

pagamento - o que supõe um regime de escravidão. 

1. Redenção físico-mística 

O fato mesmo de que Deus se fez homem e viveu as etapas da

 vida de um homem desde a conceição no seio materno até a
 morte, é obra de Redenção. Com efeito; pelo contato mesmo
 com a natureza e as etapas da vida humana, Deus divinizou
 ou deu novo sentido, recriou, tudo o que é do homem. 

a. Pela Encarnação Cristo foi constituído substancialmente mediador 

Isto quer dizer que, pela sua própria existência, Cristo exerce mediação. 

A união e a reconciliação entre Deus e os homens estão realizadas
 em raiz. A vida e as obras de Cristo descobriram o que estava 
contido nessa raiz. Pelo fato de estar unida a Deus como nenhuma 
outra criatura, a natureza humana de Cristo está no ápice das criaturas. Nenhuma criatura pode voltar a Deus senão por Cristo. 
Tudo neste mundo é avaliado em função de Cristo. Todo o universo
converge para Cristo e se recapitula nele (Cl 1,16s) 

b. Pela Encarnação todo o universo foi consagrado e teve início

 a edificação dos homens 

No homem (mikrokósmos) resume-se todo o grande

 mundo (makrokósmos). Por conseguinte, se a criatura humana
 foi elevada à união hipostática, as demais criaturas também
 foram chamadas a nova forma de vida. Esta consagração é
 particularmente efetiva nos sacramentos e sacramentais, 
que são instrumentos materiais comunicadores da vida divina. 
Cristo mesmo quis, de certo modo, identificar-se com objetos materiais,
 ao dizer: "Eu sou o pão da vida (Jo 6,48), a luz do mundo (Jo 8,12)
, a porta( Jo 1,29), a verdadeira videira (Jo 15,1), o caminho (Jo 14,6)"; 
Ele é o Cordeiro (Jo 1,29), a Pedra angular (Ef 2,20). 
Estas expressões significam que todos estes objetos têm
seu exemplar no Verbo Encarnado. A santíssima humanidade 
de Cristo contém em grau máximo as perfeições expressas por
 cada um desses objetos. 

c. O Batismo de Jesus foi ato de obediência e humildade, 

em antítese à soberba do primeiro pecado. 

A palavra grega baptízomai, significa "submergir ,ao qual se 

segue um emergir". Assim o Batismo de Jesus é um compêndio 
de toda a vida de Cristo, que foi humilhação e exaltação;
 é também a aceitação simbólica da morte redentora (Mc 10,38). 
Aceitando o Batismo, Jesus manifesta a intenção de sofrer a
 morte de cruz pelos homens. 

O Batismo de Jesus foi também a santificação das águas para

 que estas se tornassem o sacramento da nossa regeneração;
 pelo contato com a carne de Cristo, a água recebeu o poder de vivificar o homem. Consequentemente o nosso Batismo também é a aceitação 
da morte por ascese; comprometemo-nos então a morrer com Cristo
 para o pecado. 

d. A pregação de Cristo, predita nas Escrituras (Dt 18,18; Is 61,2), 

tornou-se plena comunicação da Palavra de Deus aos homens (Hb 1,1).
 Cristo é a Palavra (Jo 1,1) e a Imagem (Cl 1,15) do Pai, que por sua 
existência terrestre, nos revela o Pai. 

O mundo anterior a Cristo estava sob o poder do demônio, 
que é o 
pai da mentira (Jo 8,44); 12,31). Por isto a manifestação da
 verdade realizada por Cristo já é certa vitória sobre o demônio 
ou início da nossa Redenção. A Escritura assinala muitas vezes 
que a Palavra de Jesus comunicava a vida (Jo 1,1-5; 1 Jo 1,1),
 e santificava os homens (1 Tim 4,5; Tg 1,18; 1 Pd 1,23).
 A sua eficácia é comparada à de uma espada (Ef 6,17; Hb 4,12s).
 Disto se segue a importância da pregação e da catequese. 
"A fé vem pela pregação, e a pregação é pela Palavra de Cristo"(Rm 10,18). 

e. Os milagres de Jesus 

A palavra milagre vem do latim miraculum. 

Geralmente se considera o milagre tão somente sob este aspecto.
 A Bíblia, porém, fala de seméion, sinal (Jo 6,26; 10,37s; 12,37; 15,24); 
ora o sinal é sempre algo que não tem sentido em si mesmo,
 mas é relativo; é uma mensagem dirigida a alguém. 

O milagre é, pois, uma palavra...palavra de Deus mais forte e 

enfática do que os vocábulos habituais; Deus dirige aos homens
 esse tipo de linguagem sempre que o julga oportuno.
 Tenha-se em vista o episódio de Mc 2,5-12: Jesus perdoa 
os pecados ao paralítico; os escribas que o vêem, julgam 
que está blasfemando; então Jesus confirma as palavras
 anteriores mediante o sinal da cura do paralítico. 

Por conseguinte, os milagres de Jesus nos Evangelhos

 não são meras demonstrações de poder. Mediante curas, 
exorcismos, domínio sobre a natureza..., Jesus quis significar 
que Ele vinha recriar o homem, restaurando na sua
 integridade a natureza vulnerada pelo pecado. Não basta, 
pois, admirar os milagres de Jesus; é preciso também 
saber lê-los ou reconhecer e seu significado transcendental. 
S. Agostinho diz que quem não atinge essa significação mais elevada, é semelhante ao analfabeto que vê belas letras de imprensa; 
admira o seu traçado, mas passa ao lado do principal, 
porque não sabe ler. 

Assim entendemos por que os milagres de Jesus estavam

 profundamente inseridos dentro da pregação do Senhor; 
a ressurreição deveria ser o sinal por excelência ou o sinal 
de Jonas (Mt 12,38-40), que atenderia aos anseios dos fariseus. 

2. A Redenção propciatória (Páscha Staurósimon - Páscoa da Paixão) 

A obra salvífica de Cristo foi uma só desde o nascimento 

até a Ascensão. Por isto a Encarnação e as diversas fases 
da vida oculta como da vida pública de Jesus deviam 
culminar na morte e ressurreição. Principalmente estas 
duas etapas finais estavam intimamente associadas entre si,
 a tal ponto que os antigos gregos falavam de
 Páscha Staurósimon (Páscoa da Cruz) e Páscha anastásimon 
(Páscoa na ressurreição) 

a. O sentido mais profundo da morte de Cristo é o de 

manifestação suma do amor de Deus aos homens 

Com efeito. A morte de Cristo não foi apenas propiciação

 oferecida ao Pai pelos pecados. Foi algo cuja iniciativa se deve 
ao próprio Pai. Sim; foi Este quem nos predestinou em Cristo (Ef 1,3-6);
 iniciou a nossa salvação já no Antigo Testamento e deu ao
 Filho o mandamento de entregar a vida por nós (Jo 10,18;
 14,31; Rm 5,8-10; 8,32). Trata-se de amor não motivado,
 mas de pura benevolência ( 1Jo 4,10; 2 Cor 5,18). 

Ao amor do Pai corresponde o amor do Filho, que na cruz se 

exprime num sim ao Pai e na restauração da vida dos homens. 

b. A morte de Cristo foi também sacrifício de propiciação e 

reconciliação oferecido ao Pai em favor dos homens 

Cristo, Sacerdote desde o primeiro instante da sua Encarnação,

 ofereceu um sacrifício perfeito. Desde a sua estrada no mundo, 
Ele mesmo era vítima consagrada pela união com o Verbo
 (Hb 10,1-4; 7, 26-28; 9,25-28). 

Eis o fato. Procuremos penetrar no âmago do mesmo. 

b.1 Cristo exerceu um ato de livre entrega ao Pai. A sua morte 

não foi um fato inevitável, como a dos demais homens. Cristo
 não apenas aceitou e sofreu a morte necessária, mas voluntariamente
 entregou a vida em testemunho de sua obediência ao Pai e de 
seu amor aos homens. Assim a morte de Cristo é mesmo mais
 preciosa e grandiosa do que a dos mártires. 

b.2 Toda a vida de Cristo é mistério de Recapitulação. Tudo o que 

Jesus fez, disse e sofreu, tinha por meta restabelecer o homem
 caído na sua vocação primeira: 

Quando ele se encarnou e se fez homem, recapitulou em si 

mesmo a longa história dos homens e, em resumo, nos proporcionou
 a salvação, de sorte que aquilo que havíamos perdido e Adão,
 isto é, sermos à imagem e à semelhança de Deus, o recuperemos 
em Cristo Jesus. É, aliás, por isso que Cristo passou por todas as 
idades da vida, restituindo com isto a todos os homens a 
comunhão com Deus. (Cat 518) 

c. A morte de Cristo foi vitória sobre o pecado, a morte e o diabo. 

Conforme a Escritura, o pecado, a morte e o demônio eram

 os senhores deste mundo antes da vinda de Cristo (Rm 5,12-19;
 Jo 12,31; 14,30; 1 Jo 5,19; 2 Cor 4,3). 

Toda a vida de Cristo foi luta contra o pecado e o demônio;

 isto se evidenciou principalmente nos exorcismos, que 
desmantelavam inicialmente o império do Maligno,...império que foi 
definitivamente destruído na cruz; ver Ap 12,10-12. 

A vitória sobre o pecado 

A carne foi o instrumento pelo qual o primeiro Adão pecou no início da história. Tornou-se sede da miséria humana.

 Ora precisamente Deus quis salvar os homens mediante carne,
 a fim de vencer o pecado através do instrumento mesmo do pecado.
 É o que se chama "recapitulação" ou a arte de fazer que os instrumentos do pecado e da morte se tornem recursos para a vida e a glória (Rm 8,3). 

A carne do Messias representava a carne de todo gênero humano; 

sobre ela pesou a sentença que pairava sobra a humanidade 
pecadora ("no dia em que desobedeceres, morrerás" Gen 2,17);
 a carne inocente de Jesus, fezendo-se voluntariamente as vezes 
da humanidade pecadora, libertou do jugo do pecado todos os homens. 
A carne tornou-se assim instrumento do sumo amor de Deus, 
ela que fora objeto de condenação. Isto significa que a carne 
foi interiormente redimida e santificada, e não apenas salva 
por imputação extrínseca dos méritos de Cristo. 

A vitória sobre a morte 

Cristo inocente nada devia à morte (Jo 12,31; 14,30). 

Por isso ela não o pôde deter (Ap 1,18). Assim a morte só
 podia servir a à glorificação de Cristo. Ela ainda permanece 
no mundo e domina cada homem, mas servindo para a nossa
 glorificação ou passagem para o Pai. A morte é atualmente
 o inimigo que nos dá a ocasião da vitória definitiva. No dia 
da consumação final, ela será destruída (I Cor 15,26). 

Vitória sobre o demônio 

Este foi desejado do seu poder (Jo 12,31; Cl 2, 13-15). Desde

 a tentação no deserto até a cruz quis dominar Jesus (Lc 4,1'; Lc 22,3.53);
 instigou os homens pelos Padres da Igreja mediante a seguinte imagem: a santíssima humanidade de Cristo, em tudo semelhante à
 dos demais homens, exceto no pecado, foi apresentada ao 
demônio como isca. O Maligno abocanhou-a com avidez,
 julgando fazer mais uma presa, todavia não percebera nela
o anzol da Divindade; a sua fisgada, aparentemente vitoriosa, 
tornou-se-lhe fatal. Era, de resto, justo que o Senhor Deus
 apresentasse ao demônio, como antagonista, uma carne
 humana semelhante àquela que ele suplantara no
 primeiro encontro da história ou no paraíso. 
Neste encontro com o segundo Adão, Satanás foi derrotado
 pelo adversário que ele havia derrotado.A tríplice vitória
 de Cristo sobre o pecado, a morte e o demônio trouxe ao 
mundo Paz (Rm 5,1).
 A mensagem de Cristo é essencialmente Paz (SHALOM) (EF 2,17; 6,15) 

Nenhum comentário: